18/09/2017 - 11h
Lideranças setoriais participaram do evento Conexão Transfronteiriça
Um dos objetivos é conseguir importar milho do Paraguai de forma mais rápida e com menos burocracia

Interligar a Argentina, Brasil e Paraguai para que os países do Mercosul possam se desenvolver em áreas como comércio e tecnologia foi um dos grandes objetivos do evento Conexão Transfronteiriça, encontro realizado em Encarnación, no Paraguai, e que reuniu dezenas de lideranças setoriais. Um dos principais temas foi a criação da Rota do Milho, para que a região Oeste de Santa Catarina importe milho do Paraguai de forma mais rápida e com menos burocracia nas questões alfandegárias.

 

O milho importado por Santa Catarina de regiões produtiva do Paraguai é despachado por Foz do Iguaçu, aumentando o custo dos fretes. Mas pare que o produto chegue a solo catarinense em menos tempo e com um custo mais competitivo, a ideia proposta é que o cereal seja enviado por embarcações até Misiones, na Argentina e encaminhado para Dionísio Cerqueira, em Santa Catarina, através das rodovias.

 

“É possível fazer esse caminho. Falta melhorar a estrutura das balsas que farão a travessia dos caminhões de milho do Paraguai para a Argentina através do Rio Paraná. Há empresários interessados em fazer esses investimentos. Acredito que vamos reduzir a distância do milho em até 350 quilômetros”, destaca o Elestor Airton Albrecht, gerente comercial na Cooperativa Regional Auriverde.



 

 


De acordo com o secretário adjunto de Estado da Agricultura e da Pesca, Airton Spies, existe a possibilidade de reduzir em até cinco vezes o custo com frete do milho através da Rota do Milho. “O Paraguai tem condições de produzir milho em abundância e o nosso Estado precisa da matéria-prima para manter a competitividade do sistema produtivo de aves, suínos e gado leiteiro”.

 

A produção de proteína animal de Santa Catarina consome atualmente aproximadamente seis milhões de toneladas de milho, mas tem condições de produzir apenas metade do que necessita. Para combater o déficit, produtores e agroindústrias trazem o grão da região Centro-Oeste do Brasil, cuja distância média fica em torno de dois mil quilômetros. Com a consolidação da Rota do Milho, a distância entre o milho e os centros de consumo catarinenses ficaria em 500 quilômetros.

 

Conforme o governador da província de Itapúa, Federico Vergara, os três países precisam trabalhar de forma regional, de modo que o desenvolvimento econômico seja mais efetivo. “Precisamos que a conexão transfronteiriça seja mais flexível e permita o trânsito da produção dos países e que o intercâmbio cultural também seja encurtado”.

 

Alternativa viável

 

O analista de mercado de grãos Gabriel Manfrin Araldi afirma que a Rota do Milho é uma boa alternativa para escoar a produção de grãos do Paraguai. “Precisamos lembrar que a produção de milho fica mais ao norte do Paraguai, enquanto o forte da região sul é a produção de trigo. Mas essa abertura será positiva para os países, principalmente também no envio de fertilizantes para o Paraguai através da Fecoagro”.

 

Participação efetiva

 

O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, também esteve no Paraguai para participar do evento Conexão Transfronteiriça e participar dos grupos setoriais de discussão. “É importante unir os três países que são complementares, já que são referências na produção de proteína vegetal e animal. Somos parceiros deste trabalho que visa melhorar a competitividade dos nossos suinocultores catarinenses, com um custo de produção melhor”.

 

Avanço nas parcerias

 

Na avaliação do coordenador do Sebrae na região Oeste, Enio Alberto Parmeggiani, os resultados positivos obtidos nas reuniões do evento Conexão Transfronteiriça é fruto do Plano de Desenvolvimento e Integração Fronteiriço do Estado de Santa Catarina (PEDIF), ação iniciada em 2012. Com a união entre o Governo do Estado, entidades e lideranças foi constituído o Núcleo Estadual de Integração da Faixa de Fronteira. “É importante dizer que todos que apostaram na proposta agora podem ver que a consolidação desse projeto está mais próxima”.

 

Agenda marcada em Chapecó

 

A agenda para debater a Conexão Transfronteiriça tem mais um encontro marcado entre os dias 29 de novembro e 1º de dezembro, em Chapecó, onde as autoridades do Mercosul devem se posicionar sobre os pleitos apresentados pelos representantes setoriais.



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Fonte: Tiago Rafael/ACCS
Impresso em: 29/03/2024 às 02:00


ACCS - Associação Catarinense de Criadores de Suínos